TUNEL DO TEMPO
Harlen da Luz Quaranta
harlenquaranta@ig.com.br
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Eu era um garotinho com apenas dez ou onze anos de idade, mas o acontecido foi marcante, por todo o contexto que levou ao fato. Nesta época eu e mais trinta e cinco a quarenta garotos todos nesta faixa etária de idade fazíamos parte do inesquecível coral dos Bem-ti-vis da Sé Catredal de Diamantina, que tinha também o coro de adultos que chamávamos de coro de homens, referencia a idade deles em relação a nossa. Viajávamos muito, pois o coral era de grande excelência no cantar, eram vários consertos em várias cidades de Minas Gerais. A primeira viagem fora do estado, foi justamente para a capital brasileira, é isto mesmo fomos para Brasília. Nesta mesma viagem, na ida apresentamos na cidade de Curvelo, uma cantata de natal lindíssima, seguindo viagem pra Brasília logo após na mesma noite. Nós garotos e todo o coral estávamos ansiosos com esta apresentação na catredal de Brasília .
Já em território brasiliense, hospedamos no Ginásio Poliesportivo Presidente Médici, fomos recebidos para um completíssimo café pelo nosso conterrâneo Lucas Zacarias de Azevedo em sua casa e as refeições eram em um restaurante chamado Angu a Baiana.
Ensaiamos na moderna catredal de Brasília já no dia do conserto, em seguida fizemos um tur pela cidade e logo voltamos ao ginásio pra descansarmos e concentramos, pois existia uma tensão muito grande para esta apresentação, afinal estávamos abrindo fronteiras.
Então a hora passou e a seção de banho e aprontação começou. Nós os garotos vestíamos como uniforme uma túnica vinho com um adereço branco por cima e um colarim rococó, estilo padre barroco, os homens vestiam terno preto e camisa branca. Foi aí que na hora deste banho um paletó de um dos homens foi parar não se sabe como no batente da porta do banheiro onde eles tomavam o banho, já dá pra imaginar né, o paletó ficou todo molhado e pisoteado, como se fosse um pano de chão. O maestro entrou em parafuso, desespero total, pois não havia outro paletó reserva, um sem paletó o coral estaria descaracterizado, desuniforme já se sentindo desafinado. Mas neste no coro de homens havia uma grande figura, chamado Lulu Nascimento (i.m). E naquele momento de desespero, com raciocínio rápido e grande sapiência, sugeriu que todos do coro de homens se apresentassem sem o paletó, somente com a camisa branca de mangas compridas, o que foi a solução para a tranqüilidade do maestro e equilíbrio de todo o coral. A confiança voltou e nos apresentamos para um grande e seleta platéia. A catredal lotada se emocionou com a nossa apresentação, a musica de encerramento chamava-se Hodie Cristtus, apresentada com direito a biz. Lulu Nascimento (i.m) sugeriu e a cantada de natal na capital do Brasil, foi sem paletó mas a oito vozes, marcando de vez o sucesso do coral por durante alguns anos a fora. É por estas e outras que ele (Lulu) sempre foi um AMIGÃO.
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