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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Passagem do "Anos" - por Harlen Quaranta



PASSAGEM DO “ANOS”


Harlen da Luz Quaranta
harlenquaranta@ig.com.br


Em algumas ocasiões cometemos excessos e logicamente a natureza nos faz pagar por isto. As festas de fim de ano são uma dessas ocasiões; com tantos encontros e confraternizações parece que gente vai se acabar e o ano não vai passar. A nossa turma naquela época também se reunia para os festejos dessa ocasião. Na passagem de ano nos reuníamos e cada um colaborava com uma bebida, um salgadinho para a festa rolar. Em um desses encontros pra enterrar o velho e saldar o novo que estava pra chegar, nos reunimos na casa da irmã de uma amiga. Até aí tudo normal, a galera toda junta, muitas minas, muita musica, dança, beijos, abraços, tudo uma delicia. Até que minha barriga deu um roncado estranho, fora do normal, que ignorei. Mas logo o barulho voltou mais intenso, com uma espécie de bolha no meu intestino, parecia um corrupio, subia e descia, queria um orifício para sair de qualquer jeito, não importava se no de cima ou no debaixo. Nesse momento percebi a gravidade da coisa, os abraços e beijos que eu dava minguaram, e a gata logo percebeu que algo estranho acontecia.

- O que aconteceu, você de repente ficou estranho?

- Não é nada, só vou ali e já volto.


Aí não deu pra segurar, saí correndo em direção ao banheiro e, pra meu desespero ainda tive que esperar alguém terminar de usá-lo. Imaginem o sufoco, com aquele corrupio subindo e descendo na minha barriga. Então o cara sai do banheiro já  dizendo:


- Vê se não vai fazer sujeira ai, parece que a água acabou.

Porém não havia tempo para atentar para este problema, e já fui me assentando no trono e dando aquela aliviada. Parecia que estava tudo se resolvendo, quando a dona da casa, bate na porta e aos gritos disse:

- Cê num tá descarregando não né, a caixa ta sem água.

A sensação de alivio era tanta que nem percebi que outro drama só começava. Lá fora já havia uma fila pra usar o banheiro. Como eu já tinha terminado o serviço nem imaginava que aquilo tudo tava acontecendo. Foi quando a dona da casa volta a bater na porta aos berros.

- O que é que esse fdp ta fazendo aí dentro?

Papel higiênico tinha a vontade; depois de usá-lo, arrumei as calças, olhei pro trono, até me espantei: quanto material foi excretado! Pra conferir, aperto a válvula da descarga. Cadê a água, nem uma gota, “misericórdia e agora Jesus”. Meu mundo rodou. Como eu sairia dali com aquele material todo sem  destino? E atrás da porta já havia aquele burburinho, a dona da casa ainda mais exaltada volta.

- Esse fdp num saiu daí de dentro ainda não?

Tomei coragem e abri meia porta.

- Alguém pega um balde com água pra mim aí, por favor.

Aí foi aquela zoiera. Mas como sempre, meu irmão, meu salvador, aparece com um balde de água na mão e depois mais outros vindos da casa do vizinho. Aí que consegui dar destino àquele material e por aquele momento o drama cessou. Recompus-me voltei pra festa, na tentativa de reencontrar a gata que me beijava e abraçava antes desse episódio todo. Pra minha surpresa, um intruso já a bezourava; “mas o que é do homem, outro bicho não come”, e ela veio de volta pra mim. Por sorte ela não percebeu o acontecido, mas comentou.

- Cê viu, parece que um cara fez uma sujerada lá no banheiro.

- Num vi não, eu saí pra comprar mais bebidas.

E naquela noite, na passagem do “anos”, parece que o que tinha que sair saiu, como  se fosse uma renovação. Aí brindamos a chegada do ano novo com muita festa e muita alegria. É o que desejamos sempre, uma renovação em nossas vidas em nossos corações e que o ano novo seja sempre de muita paz, muita festa, saúde e muita alegria entre os povos deste nosso planeta.

Então feliz ano novo pra todos nós.


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Prezado(a) amigo(a)  do Blog do Zé Diamantina,
 
Desejamos a você um Feliz e Abençoado 2014, repleto de paz e luz, e de tudo aquilo que possa fazer do seu ano novo, um ano mais feliz!!!

Equipe do Blog do Zé Diamantina