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terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Festival, Vicente Mulecão e Eu - por Harlen Quaranta

O FESTIVAL, VICENTE MULECÃO E EU

Harlen da Luz Quaranta


Foi na manhã desta última quarta feira, 27 de julho, logo depois daquela maré de frio escaldante que nos assolou, que o sol nos brindou com um dia ensolarado e quente.

Eu, de férias não poderia deixar de dar aquela saidinha ali pelo centro da cidade onde diamantinenses e turistas se misturavam pelas ruas, praças e becos da nossa velha cidade, que nesta época se transforma em um grande festival e o seu cenário em uma explosão de cultura.

Depois subi até o Largo Dom João, e foi lá que sentado em um banquinho encontrei o Vicente Mulecão. Logicamente me assentei com ele. Sempre sorridente, logo lembrou histórias do meu falecido pai (Estevam Quaranta), quando eles jogavam pelada ali no Largo e no Morro Vermelho, contou que o meu pai foi um dos maiores jogadores destas peladas, o comparou com “Danilo” jogador do Vasco na época em que o Vasco foi campeão brasileiro, sob o titulo “Vasco campeão, super campeão”.

“O seu pai era magro e alto, tinha a mesma habilidade, classe e elegância do Danilo, e ainda chutava fortíssimo sem tomar distância” disse ele, encenando a jogada.

Segundo ele, os dirigentes do “Tijuco”, clube de futebol da época aqui em Diamantina, não se cansavam de aliciar o meu pai. “Mas seu pai era muito sistemático, não vestia short, só jogava de calça comprida e de botina, camisa social abotoada até o pescoço”.

Por isto a resistência de se filiar a algum time.

Mudamos de assunto e perguntei por uma de suas filhas, a Helena, minha contemporânea, logo seu semblante mudou para dor com tristeza no olhar, eu não sabia mas a Helena havia falecido tragicamente, apesar de sua dor, mesmo assim ele me relatou o acontecido.

Daí o aticei das suas conquistas, “você foi um homem de várias mulheres, qual o segredo disto?”, o sorriso volta, com um olhar sereno e satisfeito. Me contou que sempre se vestiu bem, que teve três ternos alinhadissimos, comprados na loja do Zé Miranda e que teve um topete muito dos arrumados (o conjunto da obra era um must) e que apesar dos filhos e todos estes relacionamentos nunca havia se casado.

Nesta altura, vários conhecidos nossos já haviam parado pelo banquinho, porém somente o Vicente e eu permanecemos naquela prosa.

 Mas a hora do almoço chegou e nos despedimos, porém, se Deus quiser, ainda vamos nos encontrar em outros  banquinhos por aí.

E pro festival fica a sugestão à sua coordenação de abrir um espaço pros “Vicentes”   contarem histórias da nossa velha Diamantina.

sábado, 13 de agosto de 2011

Festejo do Tambor Mineiro 2011

Domingo, 21 de agosto,  a partir das 10 da manhã em Belo Horizonte...

Festival Cultural Clara Nunes em Caetanópolis

Está acontecendo em Caetanópolis até o dia 21 de agosto próximo, o 6o. Festival Cultural Clara Nunes, com diversas atrações artísticas.

Maiores informações:

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pode chegar freguês, hoje é dia de feira!...

Sábado, domingo, segunda, terça, quarta, quinta ou sexta-feira... seja qual for o dia da semana, todo dia é dia de feira! Elas acontecem em ruas, praças, esquinas, recintos fechados, lugares preparados especialmente para elas ou não. Há feiras que se destinam à venda de tipo específico de produto, mas em outras pode-se encontrar uma variedade enorme de produtos como roupas, brinquedos, artesanato, hortifrutigranjeiros, alimentos, bebidas, etc.

Independente do formato que possuem, a verdade é que as feiras representam uma opção para quem deseja adquirir uma mercadoria algumas às vezes por um preço mais em conta, ou um produto que já saiu de linha, por exemplo, discos de vinil, ou peças de coleção. Algumas pessoas vão às feiras às vezes para bater um papo, escutar uma boa música, para "tomar umas", comer um bom tira-gosto, ou simplesmente curtir o ambiente.

Na Idade Média, as feiras representaram importante função para a comercialização de produtos, cujo papel foi relevante para o renascimento comercial. Algumas regiões na Europa como a região de Champagne, na França, e a região de Flandres, na Bélgica, se destacaram pelo comércio desenvolvido nesses locais que, frequentemente, era realizado em feiras. A cidade de Bruges juntamente com a cidade de Antuérpia constituíram importantes centros comerciais na região de Flandres. Em Bruges, ainda hoje, várias feiras acontecem em ruas ou em  espaços específicos destinado para elas.

Feira de artesanato em Bruges

Na Holanda, as feiras também são bastante tradicionais. Nelas podem ser encontrados hortifrutigranjeiros, roupas, peças para bicicleta, alimentos, objetos de coleção, etc. E elas ocorrem em várias cidades e em vários dias da semana.

Feira na terça-feira em Eindhoven


Feira no sábado em Amsterdam



Feira no sábado em Rotterdam

Uma feira holandesa bastante curiosa é a que acontece no Dia da Rainha. Nesse dia específico, o governo abre mão dos impostos  que incidem sobre a comercialização de produtos. Isso possibilita que qualquer pessoa possa ir para a rua e vender o que quiser, seja em primeira ou segunda mão, sem precisar pagar imposto por isso.

A popularidade das feiras no Brasil não é diferente,  é um tipo de comércio bastante tradicional que acontece de norte a sul do país. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, acontece a Feira Hippie, em Ipanema, aos domingos. No bairro de São Cristóvão da capital fluminense, ocorre também, de sexta a domingo, a tradicional Feira de São Cristóvão, em que se pode apreciar produtos e pratos típicos da culinária do Nordeste do país. Shows e apresentações musicais tambem são realizados nesta feira.

Em Minas, em diversas cidades também acontecem feiras. Citando algumas, Juiz de Fora possui uma feira de artesanato e roupas que é realizada no Calçadão, próximo ao Teatro Central. Em Belo Horizonte, várias feiras acontecem em ruas ou em recintos fechados. Talvez a mais famosa de todas seja a "Feira Hippie" que acontece aos domingos na Avenida Afonso Pena e que atrai um número enorme de pessoas interessadas em comprar artesanato, roupas, comidas  e as bebidas que são encontradas em algumas barracas.
  
Feira "Hippie" na Avenida Afonso Pena aos domingos em Belo Horizonte

Outra feira que é bastante concorrida na capital mineira é a Feira Modelo que acontece na Rua Paraíba às quintas-feiras, onde é possível comprar hortifrutigranjeiros além de saborear um feijão tropeiro, um torresmo ou um espetinho, acompanhados de uma cerveja gelada de de uma boa prosa. Vale a pena citar, também, a feira de artesanato que ocorre na Avenida Bernardo Monteiro, próximo à região hospitalar, às sexta-feiras. Em Ouro Preto, a feira permanente de artesanato em pedra sabão está situada na praça da Igreja de São Francisco e é uma opção para deseja adquirir alguma lembrança dessa cidade histórica.

Feira permanente de artesanato em pedra sabão em Ouro Preto
(Foto: http://aurelio.net/viagem/ouro-preto/)

Como diamantinense, não posso deixar de falar das feiras que acontecem em Diamantina, no Mercado Velho, antigo ponto de comércio de tropeiros. A Feira do Mercado do sábado de manhã iniciou-se em meados da década de noventa do século passado, mas rapidamente caiu no gosto tanto da população local, quanto dos visitantes. Nessa feira, é possível comprar hortifrutigranjeiros, artesanato, saborear pratos típicos acompanhados de uma cerveja gelada, além, é claro da possibilidade de degustar uma cachaça da região. Recentemente, outra feira começou a ser realizada no mesmo local às sexta-feiras à notinha, propiciando aos diamantineses e turistas uma alternativa para curtir um happy hour e saborear pratos típicos. Vale ressaltar que em ambas as feiras do Mercado Velho em Diamantina acontecem apresentações musicais de artistas locais.

Feira do Mercado no sábado de manhã em Diamantina

Prá fechar a postagem,  a seguir deixo música "Feira de Magaio", composição de Sivuca e Glorinha Gadelha, interpretada pela cantora Clara Nunes. É uma música que retrata uma feira específica, mas que traduz muito bem a atmosfera do "universo" das feiras que acontecem pelo mundo afora, quer seja sábado, domingo, segunda, terça, quarta, quinta ou sexta-feira...


Clique para ouvir

Feira de Mangaio

Composição:  Sivuca e Glorinha Gadelha
Intérprete: Clara Nunes

                         C#m7/5b
Fumo de rolo arreio e cangalha
                F#7               Bm
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
                       C#m7/5b
Bolo de milho broa e cocada
                F#7               Bm
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
                          C#m7/5b
Pé de moleque, alecrim, canela
              F#7               Bm
Moleque sai daqui me deixa trabalhar
                                C#m7/5b
E Zé saiu correndo pra feira de pássaros
                F#7             Bm
E foi "passo" voando pra todo lugar


             B7                Em
Tinha uma vendinha no canto da rua
             A7            D7M
Onde o mangaieiro ia se animar
            G                C#m7/5b
Tomar uma bicada com lambu assado
              F#7      Bm
E olhar pra Maria do Joá


                          C#m7/5b
Cabresto de cavalo e rabichola
                F#7               Bm
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
                        C#m7/5b
Farinha rapadura e graviola
                F#7               Bm
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
                            C#m7/5b
Pavio de cadeeiro panela de barro
                F#7               Bm
Menino vou me embora tenho que voltar
                                  C#m7/5b
Xaxar o meu roçado que nem boi de carro
               F#7                 Bm
Alpargata de arrasto não quer me levar


                    B7                Em
Porque tem um sanfoneiro no canto da rua
           A7                D7M
Fazendo floreio pra gente dançar
               G            C#m7/5b
Tem Zefa de Purcina fazendo renda
             F#7        Bm
E o ronco do fole sem parar