Minha lista de blogs

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Jogando conversa fora - por Harlen Quaranta

JOGANDO CONVERSA FORA

Harlen da Luz Quaranta
harlenquaranta@ig.com.br

Mais um sábado pela manhã e o mercado velho bombando, toda rotina já costumeira rolando novamente. Para minha surpresa lá estavam as amigas Elenice e Reisinha, uma dupla que há tempos eu não via, chegam trazendo à tira colo dois frequentadores assíduos, Renato e Regina. Logicamente eu já estava lá no cantinho da cultura, carinhosamente assim chamado por mim e por meus companheiros de todos os sábados, Roberto Margarida e Sandoval. O tempo vai passando e várias são as figuras que param por ali com a gente, para juntos absorvermos esta cultura que exala por todo o mercado, muitas vezes geladinha ou quem sabe destilada, não importa, o importante é absorvê-la, pra molhar a palavra, pois um bate papo saudável não falta. O tempo continua passando e os companheiros do cantinho da cultura se vão, mas eu continuo absorvendo a cultura disponível. Aí deixo meu cantinho e me junto ao “quarteto fantástico” que estavam em outro eixo geográfico do mercado. Neste dia rolava música regional, aqui do vale do Jequitinhonha, com um “Prata da Casa”. Mas como tudo acaba essa cultura também se vai. Então seguimos para a cidade alta, fomos para o restaurante Cristais do nosso amigo Cláudio, neste momento juntamos a mais uma figurinha carimbada, Cláudia que já estava lá sentadinha em uma mesa, beliscando uns tropicões de feijoada e “molhando o bico”. Nivaldo, outro grande amigo também já estava lá, agora de namorada nova é só felicidade. Muitos assuntos, risos, lembranças, tudo uma delicia. E a tarde já se esvaindo, quando por um estalo Claudia profere:
- Preciso pingar colírio!
Assustamos com sua afirmativa, pois pensamos que o colírio seria pra algum de nós.
- Ué gente, meu olho tá tão vermelho assim?
- No seu não, tenho que pingar colírio nos olhos da minha mãe, que esta lá em casa, por isto preciso ir embora.
- Nosso papo tá tão divertido, a gente aqui jogando conversa fora, trás sua mãe pra cá!
- Cê tá doido? Trazer minha mãe pra cá! Ela já é de idade, vocês a conhecem muito bem, ela necessita de cuidados especiais, por isto preciso ir.
Aí muitos risos, a conversa ficou meio descompassada, um atirando no outro, sem ninguém acertar em ninguém. Então o tempo passa, a noite vem caindo, a saideira chega e nós encerramos a conta.